O presidente turco deslocou-se à província de Hatay, uma das mais devastadas pelo sismo de segunda-feira, e garantiu que não será deixado "ninguém sob as ruínas, nem ninguém sofrendo"

O forte terremoto que sacudiu a Turquia e a Síria na segunda-feira (6), já provocou mais de 12.000 mortos no total, de acordo com o mais recente balanço fornecido desta quarta-feira pelas autoridades oficiais e médicas.
Na Turquia, 9.057 pessoas morreram, enquanto 2.992 perderam a vida na Síria após o sismo de magnitude 7,8, informaram as mesmas fontes.
No território sírio, as equipes de emergência e as autoridades locais reportaram pelo menos 5.000 feridos.
Durante a manhã desta quarta-feira, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan tinha informado que cerca de 50.000 pessoas ficaram feridas, durante a visita às zonas atingidas pelo terramoto.
O presidente turco reconheceu "lacunas" na resposta das autoridades ao sismo que atingiu o seu país, mas fustigou as críticas "desonestas". "Decerto que houve lacunas, é impossível estar preparado para um desastre desta dimensão", declarou Erdogan, que se deslocou à província de Hatay, uma das mais atingidas e junto à fronteira com a Síria.
"Algumas pessoas desonestas e sem vergonha publicaram falsas declarações como não vimos soldados nem polícias'" na província de Hatay, denunciou o líder turco, garantindo que os policiais e os soldados "são gente honrada". "Não deixaremos que pessoas pouco recomendáveis se refiram a eles desta forma", declarou.
O presidente turco afirmou que 21.000 membros do pessoal dos serviços de socorro foram deslocados apenas para a província de Hatay. "Ao atuarmos desta forma, daremos uma resposta ao desastre de forma a não deixarmos ninguém sob as ruínas, nem ninguém sofrendo", prometeu, a menos de quatro meses das eleições presidenciais.
Nos escombros dos edifícios de uma dezena de cidades do sul e do sudeste da Turquia, devastadas pelo sismo de magnitude 7,8 que também atingiu o norte da Síria, os sobreviventes que aguardam ajuda criticaram vivamente o Governo turco, e em particular Erdogan, no poder desde 2003, ao referirem estarem "abandonados" no frio.
Os socorristas conseguiram ainda hoje detectar sobreviventes nos escombros, mesmo que as hipóteses de sobrevivência estejam a diminuir, dois dias após o violento sismo e cujo balanço continua a agravar-se com pelo menos 11.700 mortos na Turquia e Síria.
📷 ©EPA/MURAT