Há quase 20 anos, o Brasil proibiu o acesso à sua montanha mais alta. Agora, uma nova iniciativa pode mostrar como o ecoturismo pode proteger a floresta amazônica de ameaças ambientais
Os hekuras ( xamãs) se reuniram do lado de fora da casa de madeira onde eu me sentei de pernas cruzadas no chão ao lado de 10 caminhantes e 20 moradores que os acompanhariam na subida ao topo da montanha mais alta do Brasil. Vestindo nada além de shorts jeans e uma pluma de penas amarrada aos braços, os hekuras estavam lá para realizar um ritual que protegeria os caminhantes, carregadores e guias e garantiria que eles voltassem em segurança.
Eles cheiraram com força, inalando pariká , um pó alucinógeno feito de cascas e plantas amazônicas. Minutos depois – depois de vomitar e engasgar – eles estavam com os olhos brilhantes e alertas, movendo-se entre a multidão, agitando os braços freneticamente, conversando com seres que eu, por exemplo, não era capaz de ver.
Eu havia viajado com os caminhantes em uma viagem de dois dias de avião, 4x4 e lancha rápida da capital do estado do Amazonas, Manaus, para Maturacá, um grupo de sete aldeias no extremo norte da Amazônia brasileira que abriga cerca de 3.000 Yanomami povo indígena. Eu estava lá para ouvir em primeira mão dos Yanomami sobre um projeto de ecoturismo que eles lançaram este ano para levar os caminhantes ao topo do Pico da Neblina – uma montanha que eles consideram sagrada e que fica dentro de seu território federal protegido (o Pico da Neblina também é o nome do parque nacional dentro do qual a montanha está localizada).

Os Yanomani são um grupo indígena que vive no norte do Brasil e sul da Venezuela. | 📷 Vanessa Marino
O grupo com o qual eu estava estava ansioso para começar depois de meses de preparação. Mas ninguém foi autorizado a sair de Maturacá para a caminhada de oito dias sem antes receber a proteção dos hekuras.
“Estas montanhas são sagradas, são a casa dos espíritos – maus e bons espíritos”, explica José Mario Pereira Goes, presidente da AYRCA , a associação Yanomami criada para administrar o projeto de ecoturismo. "[Aqueles] que praticam a medicina tradicional, eles sabem quem são os espíritos, e têm que proteger as pessoas que vão lá. Os espíritos podem tirar a alma de uma pessoa e essa pessoa morre. Você acha que [Pico da Neblina] é simplesmente uma montanha, mas não para eles."
O ritual de proteção que presenciei em Maturacá "fecha" a mente e o corpo dos visitantes a qualquer interferência de espíritos na montanha, acrescentou Pereira Góes.
A abertura do Pico da Neblina aos turistas marca o fim de uma espera de quase 20 anos para alguns caminhantes, depois que o governo brasileiro proibiu o acesso à montanha em 2003 devido ao grande número de visitantes, alguns dos quais deixaram lixo para trás. Sob o novo plano de visitação, os Yanomami poderão gerar renda com o turismo para ajudar a resistir à atração da mineração de ouro prejudicial, mas lucrativa, por membros de sua própria comunidade, bem como por garimpeiros de fora. Se for bem-sucedido, ajudará a apoiar as comunidades locais e pode ser um exemplo de como o ecoturismo cuidadosamente administrado pode ajudar a proteger a Amazônia de grupos externos que procuram explorar a terra.
Chegar ao sopé da montanha é uma aventura em si. | 📷 Lésius Lenhadus
Pico da Neblina ("pico enevoado" em português) - só foi "descoberto" pelo mundo exterior na década de 1950. Para os Yanomami, que vivem na região há mais de 1.000 anos, o nome da montanha é Yaripo ("casa dos ventos" na língua Yanomami). Yaripo fica na fronteira entre Brasil e Venezuela, parte da Serra do Imeri, e se eleva 2.995m até um pico irregular. Uma saia bem tecida de floresta equatorial se agarra à base da montanha, até cerca de 1.000m, de onde a vegetação começa a diminuir.
Além de ser a montanha mais alta do Brasil; também é conhecido como um dos mais difíceis de caminhar, e há muito tempo está no topo da lista de desejos de muitos aventureiros dispostos a lutar contra a selva, chuva, insetos e bolhas. Até 2003, muitas pessoas aceitaram esse desafio, antes que o parque nacional fosse fechado para visitantes.
"Naquela época, os Yanomami recebiam o mínimo possível. Não havia avaliação do impacto ambiental e social do turismo. Os visitantes traziam álcool e substâncias ilícitas. Chegou a ser exploração", explica Lana Rosa, do Instituto Socioambiental (ISA). , uma ONG que ajudou a desenvolver o projeto de ecoturismo Yaripo junto com a AYRCA e outras organizações. Como os Yanomami não podiam controlar quantos visitantes subiam a montanha nem como se comportavam, apelaram ao órgão ambiental brasileiro, que determinou que o acesso ao pico seria interrompido.
O planejamento do novo projeto começou em 2015, ano em que o governo brasileiro passou a regular o turismo em terras indígenas. Anteriormente, não havia orientação sobre como minimizar o impacto do turismo, nem garantia de que os guias indígenas seriam pagos de forma justa.
Diferentemente do passado, os guias Yanomami agora podem controlar o número de visitantes em suas terras protegidas. | Lésius Lenhadus
Atualmente, as comunidades indígenas são obrigadas a apresentar planos detalhados de visitação para aprovação governamental. “O plano Yaripo levou anos para ser escrito porque era participativo, envolvendo muitas reuniões, discussões, busca de consenso e consulta à comunidade”, disse Rosa.
E quando estava pronto para ser lançado em 2020, a pandemia atrasou mais dois anos.
"Aceitei este ano pessoas que estavam esperando para fazer essa caminhada desde antes de 2003", disse Joaquim Magno Souza, da Roraima Adventures , uma das três agências de viagens (incluindo Amazon Emotions e Ambiental Turismo ) que realizam as expedições com guias Yanomami. . "É sem dúvida a caminhada mais difícil do Brasil. É exigente, tanto emocional quanto fisicamente."
Para Vanessa Marino, da Amazon Emotions, é uma das melhores maneiras de os visitantes vivenciarem a Amazônia. "A infraestrutura turística de Yaripo é muito básica - não é um Everest ou Kilimanjaro altamente desenvolvido. Mas a viagem é autêntica. Os Yanomami estão animados para compartilhar sua montanha com os estrangeiros de maneira respeitosa. E quaisquer dificuldades que os caminhantes enfrentam no caminho são superado em 100 vezes pela experiência de conhecer os Yanomami."

Uma das partes mais valiosas da experiência é poder interagir com os Yanomami. | 📷 Vanessa Marino
O intercâmbio cultural entre os visitantes e os Yanomami é, de fato, um dos principais objetivos do projeto. Isso se reflete nas canções e histórias que os Yanomami contam à noite na floresta ao redor da fogueira, e no conhecimento que eles compartilham durante a caminhada sobre as árvores e plantas que têm sido sua fonte de alimento e remédio por mais de um milênio.
"Os indígenas no Brasil sofrem preconceito há tantos anos. Os jovens estão se afastando de suas tradições. Eles estão mais abertos às influências externas, então quando veem os visitantes valorizando sua cultura cria um forte senso de valor cultural", disse Rosa. "As pessoas descem da montanha chorando, cheias de emoção e laços de amizade com os Yanomami. Eles saem com um sentimento de gratidão enorme. É realmente transformador."
Lágrimas de alegria no final seguem muita exaustão, frustração e dor ao longo do caminho. Mais percurso de assalto do que trilha, a caminhada exige concentração intensa para navegar por riachos, raízes nodosas, pântanos e rochas escorregadias. A subida até o topo do Yaripo é de apenas 36 km, mas leva cinco longos dias (e mais três para refazer o caminho de volta) – um ritmo lento que sugere o desafio do terreno.
A floresta tropical densa, quente e úmida nos primeiros três dias dá lugar a pântanos cheios de bromélias, onde botas esmagam até os joelhos na lama encharcada. Em terrenos mais altos, a vegetação diminui à medida que a temperatura cai para graus de um dígito. Ventos frios cortavam as roupas encharcadas de suor e chuva. O quinto dia é uma subida de 1.000 m até o cume, em um ponto escalando dezenas de degraus de metal martelados em uma face rochosa quase vertical. Depois de tudo isso, os caminhantes que chegam ao cume estão entre os poucos sortudos se o "pico enevoado" não estiver coberto de nuvens.

A caminhada culmina com uma subida de 1.000 m até o cume enevoado. | 📷 Vanessa Marino
Nenhum dos caminhantes que se inscrevem tem a ilusão de que será fácil. A lista de embalagem dá o tom, incluindo polainas de couro rígido (para picadas de cobra), luvas (para segurar troncos de árvores infestados de formigas), uma rede e mosquiteiro para dormir, joelheiras e um apito. Além disso, um atestado médico para atestar uma boa saúde física e mental. "O que é irônico", riu Souza, "já que você precisa ser um pouco louco para fazer essa caminhada."
Os números são limitados a um grupo de 10 caminhantes por mês e custam R$ 19.000 (£ 3.200). Os caminhantes são acompanhados por guias, carregadores e cozinheiros Yanomami, que carregam quase todos os alimentos e equipamentos. “Gera renda para um fundo comunitário”, disse Pereira Góes. “Além disso, os guias e carregadores estão ganhando renda para manter a família, o que ajuda a minimizar os impactos da mineração de ouro”.
Embora a mineração continue sendo uma tentadora fonte de renda para os jovens Yanomami, há grandes esperanças de que o projeto Yaripo seja um marco para a comunidade. "Este projeto é importante", disse Pereira Goes. "Pessoas do Brasil e do exterior são bem-vindas para visitar. Este projeto é o nosso sonho e está sendo realizado."
Os hekuras ( xamãs) se reuniram do lado de fora da casa de madeira onde eu me sentei de pernas cruzadas no chão ao lado de 10 caminhantes e 20 moradores que os acompanhariam na subida ao topo da montanha mais alta do Brasil. Vestindo nada além de shorts jeans e uma pluma de penas amarrada aos braços, os hekuras estavam lá para realizar um ritual que protegeria os caminhantes, carregadores e guias e garantiria que eles voltassem em segurança.
Eles cheiraram com força, inalando pariká , um pó alucinógeno feito de cascas e plantas amazônicas. Minutos depois – depois de vomitar e engasgar – eles estavam com os olhos brilhantes e alertas, movendo-se entre a multidão, agitando os braços freneticamente, conversando com seres que eu, por exemplo, não era capaz de ver.
Eu havia viajado com os caminhantes em uma viagem de dois dias de avião, 4x4 e lancha rápida da capital do estado do Amazonas, Manaus, para Maturacá, um grupo de sete aldeias no extremo norte da Amazônia brasileira que abriga cerca de 3.000 Yanomami povo indígena. Eu estava lá para ouvir em primeira mão dos Yanomami sobre um projeto de ecoturismo que eles lançaram este ano para levar os caminhantes ao topo do Pico da Neblina – uma montanha que eles consideram sagrada e que fica dentro de seu território federal protegido (o Pico da Neblina também é o nome do parque nacional dentro do qual a montanha está localizada).

Os Yanomani são um grupo indígena que vive no norte do Brasil e sul da Venezuela. | 📷 Vanessa Marino
O grupo com o qual eu estava estava ansioso para começar depois de meses de preparação. Mas ninguém foi autorizado a sair de Maturacá para a caminhada de oito dias sem antes receber a proteção dos hekuras.
“Estas montanhas são sagradas, são a casa dos espíritos – maus e bons espíritos”, explica José Mario Pereira Goes, presidente da AYRCA , a associação Yanomami criada para administrar o projeto de ecoturismo. "[Aqueles] que praticam a medicina tradicional, eles sabem quem são os espíritos, e têm que proteger as pessoas que vão lá. Os espíritos podem tirar a alma de uma pessoa e essa pessoa morre. Você acha que [Pico da Neblina] é simplesmente uma montanha, mas não para eles."
O ritual de proteção que presenciei em Maturacá "fecha" a mente e o corpo dos visitantes a qualquer interferência de espíritos na montanha, acrescentou Pereira Góes.
A abertura do Pico da Neblina aos turistas marca o fim de uma espera de quase 20 anos para alguns caminhantes, depois que o governo brasileiro proibiu o acesso à montanha em 2003 devido ao grande número de visitantes, alguns dos quais deixaram lixo para trás. Sob o novo plano de visitação, os Yanomami poderão gerar renda com o turismo para ajudar a resistir à atração da mineração de ouro prejudicial, mas lucrativa, por membros de sua própria comunidade, bem como por garimpeiros de fora. Se for bem-sucedido, ajudará a apoiar as comunidades locais e pode ser um exemplo de como o ecoturismo cuidadosamente administrado pode ajudar a proteger a Amazônia de grupos externos que procuram explorar a terra.
Chegar ao sopé da montanha é uma aventura em si. | 📷 Lésius Lenhadus
Pico da Neblina ("pico enevoado" em português) - só foi "descoberto" pelo mundo exterior na década de 1950. Para os Yanomami, que vivem na região há mais de 1.000 anos, o nome da montanha é Yaripo ("casa dos ventos" na língua Yanomami). Yaripo fica na fronteira entre Brasil e Venezuela, parte da Serra do Imeri, e se eleva 2.995m até um pico irregular. Uma saia bem tecida de floresta equatorial se agarra à base da montanha, até cerca de 1.000m, de onde a vegetação começa a diminuir.
Além de ser a montanha mais alta do Brasil; também é conhecido como um dos mais difíceis de caminhar, e há muito tempo está no topo da lista de desejos de muitos aventureiros dispostos a lutar contra a selva, chuva, insetos e bolhas. Até 2003, muitas pessoas aceitaram esse desafio, antes que o parque nacional fosse fechado para visitantes.
"Naquela época, os Yanomami recebiam o mínimo possível. Não havia avaliação do impacto ambiental e social do turismo. Os visitantes traziam álcool e substâncias ilícitas. Chegou a ser exploração", explica Lana Rosa, do Instituto Socioambiental (ISA). , uma ONG que ajudou a desenvolver o projeto de ecoturismo Yaripo junto com a AYRCA e outras organizações. Como os Yanomami não podiam controlar quantos visitantes subiam a montanha nem como se comportavam, apelaram ao órgão ambiental brasileiro, que determinou que o acesso ao pico seria interrompido.
O planejamento do novo projeto começou em 2015, ano em que o governo brasileiro passou a regular o turismo em terras indígenas. Anteriormente, não havia orientação sobre como minimizar o impacto do turismo, nem garantia de que os guias indígenas seriam pagos de forma justa.
Diferentemente do passado, os guias Yanomami agora podem controlar o número de visitantes em suas terras protegidas. | Lésius Lenhadus
Atualmente, as comunidades indígenas são obrigadas a apresentar planos detalhados de visitação para aprovação governamental. “O plano Yaripo levou anos para ser escrito porque era participativo, envolvendo muitas reuniões, discussões, busca de consenso e consulta à comunidade”, disse Rosa.
E quando estava pronto para ser lançado em 2020, a pandemia atrasou mais dois anos.
"Aceitei este ano pessoas que estavam esperando para fazer essa caminhada desde antes de 2003", disse Joaquim Magno Souza, da Roraima Adventures , uma das três agências de viagens (incluindo Amazon Emotions e Ambiental Turismo ) que realizam as expedições com guias Yanomami. . "É sem dúvida a caminhada mais difícil do Brasil. É exigente, tanto emocional quanto fisicamente."
Para Vanessa Marino, da Amazon Emotions, é uma das melhores maneiras de os visitantes vivenciarem a Amazônia. "A infraestrutura turística de Yaripo é muito básica - não é um Everest ou Kilimanjaro altamente desenvolvido. Mas a viagem é autêntica. Os Yanomami estão animados para compartilhar sua montanha com os estrangeiros de maneira respeitosa. E quaisquer dificuldades que os caminhantes enfrentam no caminho são superado em 100 vezes pela experiência de conhecer os Yanomami."

Uma das partes mais valiosas da experiência é poder interagir com os Yanomami. | 📷 Vanessa Marino
O intercâmbio cultural entre os visitantes e os Yanomami é, de fato, um dos principais objetivos do projeto. Isso se reflete nas canções e histórias que os Yanomami contam à noite na floresta ao redor da fogueira, e no conhecimento que eles compartilham durante a caminhada sobre as árvores e plantas que têm sido sua fonte de alimento e remédio por mais de um milênio.
"Os indígenas no Brasil sofrem preconceito há tantos anos. Os jovens estão se afastando de suas tradições. Eles estão mais abertos às influências externas, então quando veem os visitantes valorizando sua cultura cria um forte senso de valor cultural", disse Rosa. "As pessoas descem da montanha chorando, cheias de emoção e laços de amizade com os Yanomami. Eles saem com um sentimento de gratidão enorme. É realmente transformador."
Lágrimas de alegria no final seguem muita exaustão, frustração e dor ao longo do caminho. Mais percurso de assalto do que trilha, a caminhada exige concentração intensa para navegar por riachos, raízes nodosas, pântanos e rochas escorregadias. A subida até o topo do Yaripo é de apenas 36 km, mas leva cinco longos dias (e mais três para refazer o caminho de volta) – um ritmo lento que sugere o desafio do terreno.
A floresta tropical densa, quente e úmida nos primeiros três dias dá lugar a pântanos cheios de bromélias, onde botas esmagam até os joelhos na lama encharcada. Em terrenos mais altos, a vegetação diminui à medida que a temperatura cai para graus de um dígito. Ventos frios cortavam as roupas encharcadas de suor e chuva. O quinto dia é uma subida de 1.000 m até o cume, em um ponto escalando dezenas de degraus de metal martelados em uma face rochosa quase vertical. Depois de tudo isso, os caminhantes que chegam ao cume estão entre os poucos sortudos se o "pico enevoado" não estiver coberto de nuvens.

A caminhada culmina com uma subida de 1.000 m até o cume enevoado. | 📷 Vanessa Marino
Nenhum dos caminhantes que se inscrevem tem a ilusão de que será fácil. A lista de embalagem dá o tom, incluindo polainas de couro rígido (para picadas de cobra), luvas (para segurar troncos de árvores infestados de formigas), uma rede e mosquiteiro para dormir, joelheiras e um apito. Além disso, um atestado médico para atestar uma boa saúde física e mental. "O que é irônico", riu Souza, "já que você precisa ser um pouco louco para fazer essa caminhada."
Os números são limitados a um grupo de 10 caminhantes por mês e custam R$ 19.000 (£ 3.200). Os caminhantes são acompanhados por guias, carregadores e cozinheiros Yanomami, que carregam quase todos os alimentos e equipamentos. “Gera renda para um fundo comunitário”, disse Pereira Góes. “Além disso, os guias e carregadores estão ganhando renda para manter a família, o que ajuda a minimizar os impactos da mineração de ouro”.
Embora a mineração continue sendo uma tentadora fonte de renda para os jovens Yanomami, há grandes esperanças de que o projeto Yaripo seja um marco para a comunidade. "Este projeto é importante", disse Pereira Goes. "Pessoas do Brasil e do exterior são bem-vindas para visitar. Este projeto é o nosso sonho e está sendo realizado."
Por Catherine Balston/BBC