O Tribunal de Contas da União (TCU) do Brasil pediu nesta terça-feira ao Ministério da Defesa que forneça seu relatório sobre as urnas eletrônicas do Brasil usadas durante a eleição deste mês, que o presidente Jair Bolsonaro atacou infundadamente como vulneráveis a fraudes.
O TCU buscou uma cópia do relatório em um pedido visto pela Reuters e disse que após uma inspeção militar das urnas no dia das eleições, "a segurança do Estado será reforçada com a divulgação dessas informações".
A assessoria de imprensa do TCU confirmou ter feito o pedido. O Ministério da Defesa e a assessoria de imprensa presidencial não responderam aos pedidos de comentários.
A mídia brasileira informou que o Ministério da Defesa se recusou a divulgar as conclusões de sua revisão ou comentar seu status.
O jornal O Globo informou nesta terça-feira que o ministério havia dito a Bolsonaro que a inspeção dos resultados de 385 máquinas não encontrou nada de irregular, e o presidente não autorizou a divulgação pública de suas descobertas.
A reportagem do O Globo, em uma coluna, foi baseada nos relatos de três generais não identificados, um dos quais disse que Bolsonaro pediu aos militares que investigassem irregularidades.
Bolsonaro disse a repórteres que não recebeu o documento e chamou as reportagens da mídia de “uma invenção”.
O presidente populista de extrema direita criticou as urnas eletrônicas e os juízes da Suprema Corte que administram a autoridade eleitoral nacional por se oporem ao retorno das urnas em papel. Nunca houve fraude detectada no sistema eletrônico e Bolsonaro não apresentou novas evidências de tal risco.

Bolsonaro acusou os juízes de favorecer seu rival de esquerda, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, provocando temores de que ele possa contestar o resultado se for derrotado.
Lula liderou o primeiro turno da eleição presidencial com 48% dos votos contra 43% de Bolsonaro e a corrida agora vai para um segundo turno em 30 de outubro.
Depois de superar a maioria das pesquisas no primeiro turno, Bolsonaro silenciou suas críticas ao sistema de votação.
As autoridades eleitorais do TSE concordaram com o envolvimento militar na verificação da segurança das urnas eletrônicas e na verificação pontual de seus resultados no dia das eleições.
O TSE disse que não teve notícias do Ministério da Defesa sobre suas conclusões após a votação.
O Tribunal de Contas do TCU, que se reporta ao Congresso do Brasil, também auditou os resultados de 4.000 urnas eletrônicas nas capitais de todo o Brasil e não encontrou diferenças com os resultados oficiais do TSE.
O Ministério da Defesa tem 15 dias para responder ao pedido do TCU para seu relatório.