SAÚDE | Autismo (TEA) ou TDAH? Entenda as diferenças entre os dois diagnósticos

Embora compartilhem sintomas, TEA e TDAH são transtornos distintos. Saiba como identificar e apoiar cada perfil



| O impacto das telas no cérebro: o que pais e filhos precisam entender (e mudar juntos).

| O educador como ponte: a importância do professor no desenvolvimento infantil

| Adolescência e neurodivergência: como se preparar para acompanhar as mudanças do seu filho.

Ecolalia: O que é, como identificar e como apoiar seu filho ou paciente.

O que é TEA?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta principalmente três áreas: comunicação, interação social e comportamento. As pessoas no espectro podem ter interesses restritos, comportamentos repetitivos e desafios na leitura das emoções alheias.

Existem diferentes níveis de suporte dentro do TEA. Algumas crianças precisam de apoio mais intenso para se comunicar e interagir, enquanto outras conseguem se adaptar com intervenções mais leves.

O que é TDAH?

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também é um transtorno do neurodesenvolvimento. Seus principais sintomas envolvem desatenção, impulsividade e hiperatividade.

Uma criança com TDAH pode parecer “no mundo da lua” em algumas situações, ter dificuldade de esperar sua vez, interromper falas e mudar de uma atividade para outra com facilidade. Muitas vezes, são vistas como “inquietas” ou “desorganizadas”, mas isso vai muito além do comportamento.

Quais são as semelhanças?

É comum que TEA e TDAH confundam pais, educadores e até profissionais de saúde. Afinal, em ambos os casos, a criança pode:
  • Ter dificuldade para manter o foco;
  • Parecer não escutar quando chamada;
  • Ficar agitada ou “acelerada”;
  • Ter explosões de comportamento (birras, choro, agressividade);
  • Lutar para seguir regras ou comandos.
Essas semelhanças ocorrem porque os dois transtornos afetam áreas similares do cérebro relacionadas à regulação da atenção, das emoções e do comportamento.

O que diferencia TEA e TDAH?

Apesar das semelhanças, existem diferenças importantes:



É possível ter os dois diagnósticos?

Sim! Isso é conhecido como comorbidade.

Estudos mostram que cerca de 30 a 50% das crianças com TEA também preenchem critérios para TDAH.

A revista Research in Developmental Disabilities, por exemplo, reforça esse dado, mostrando que a sobreposição entre os dois transtornos é bem frequente.

Por isso, é essencial contar com uma equipe experiente para avaliar e acolher caso a caso, definindo as melhores estratégias terapêuticas de acordo com as necessidades da criança.

Exemplo prático: dois meninos, dois caminhos

Davi e Lucas têm 5 anos:
  • Davi não responde quando é chamado pelo nome, alinha os brinquedos e prefere brincar sozinho. Quando algo muda na rotina, ele chora ou se desorganiza. Tem dificuldades na escola por não interagir com os colegas. Foi diagnosticado com TEA nível 2 de suporte.
  • Já Lucas fala bastante, mas interrompe a fala dos colegas o tempo todo, se levanta da cadeira a todo momento, perde materiais da escola e esquece o que precisa fazer. Está sempre “no 220v”. Lucas recebeu o diagnóstico de TDAH tipo combinado (hiperativo e desatento).
As duas crianças precisam de suporte, mas com estratégias diferentes.

Quando buscar ajuda?

Se você perceber que a criança:
  • Está com dificuldades frequentes na fala, na interação ou na atenção;
  • Não responde bem a comandos ou regras simples para sua idade;
  • Está acumulando desafios na escola, nas relações ou em casa…
…é hora de buscar uma avaliação profissional com alguém que acolha de verdade.

O diagnóstico pode ser feito por psicólogos, neurologistas, psiquiatras infantis e/ou equipes multidisciplinares com experiência em desenvolvimento infantil. Quanto mais cedo, melhor!

Conclusão e próximos passos

Entender se uma criança está no espectro autista, tem TDAH (ou ambos) pode ser desafiador, mas com informação, acolhimento e apoio profissional, é possível construir caminhos de desenvolvimento saudáveis, respeitosos e transformadores.

Se você suspeita que seu filho ou aluno possa ter alguma dessas condições, busque orientação especializada.


Postagem Anterior Próxima Postagem