A administração eficiente e a criatividade fora de campo são fatores-chave para o sucesso das equipes nos últimos anos

Flamengo e Palmeiras já duelaram duas vezes este ano pelo Brasileirão e voltarão a se encontrar em Lima, pela final da Libertadores, em 29 de novembro. | 📷 Pedro Kirilos/Estadão
Não vou falar mais de Flamengo e Palmeiras! Até porque vamos continuar comentando até o final do ano. E não apenas deste. Vão disputar o Brasileirão palmo a ponto (se o Cruzeiro deixar), e ainda farão final das mais épicas da Libertadores, em busca do tetra inédito no Brasil.
As duas equipes chegando, provavelmente, na igualdade de condições que não tinham em 2021, quando o Flamengo era favorito e deu Palmeiras. Agora, o time alviverde tem jogado mais do que o rubro-negro. Nos dois confrontos polêmicos do Brasileirão, o Flamengo venceu. Na última vez, em competição continental, deu Palmeiras, na falha do Andreas Pereira, que faz dessa equipe, hoje, um time melhor, com mais alternativas táticas, contra o rival que tem mais qualidades técnica e mais opções.
Não tem como cravar favorito. Como não havia como descartar as chances de ambos chegarem a mais uma decisão. Só parecia impossível para quem não sabe que só parece possível ao time de Abel.
Falei demais. Mas, pensando bem, e bem mal dos concorrentes, vou continuar elogiando. Claro que tudo pode mudar. Como começaram a evoluir Flamengo e Palmeiras, a partir de 2013. Ou mudaram para continuarem sendo em campo o que têm sido fora. Com dinheiro investido, sim, mas com governança, seriedade, credibilidade, criatividade e grandes conquistas também fora das linhas. De um Flamengo que parecia falido quando assumiu Bandeira de Mello, de um Palmeiras na mesma penúria, no mesmo período, antes de Paulo Nobre. Tanto que, em 2013, ajudaram a criar a frase do “homem de visão do século”: o falecido pai do atacante Marcelo Moreno, que dizia que seu filho não jogaria naqueles “times falidos de Flamengo e Palmeiras”...
Apesar do despeito e ignorância, ele não estava tão errado. Desde então, quem pisa na bola e na língua são os gestores das congestões estomacais e fecais que desfizeram o futuro próximo de outros grandes clubes. Nada que um grande investidor-torcedor não possa virar o jogo. Nada como alguns grandes gestores que possam aproveitar uma história rica e um pobre presente para virar receita e aumentar o bolo e as boladas.
É preciso pagar dívidas quase impagáveis, apagar incêndios e vaidades de nomes impagáveis e intragáveis da história dos clubes. Se Corinthians, Santos e São Paulo viraram para pior, enquanto o Palmeiras saiu de uma situação horrorosa para fazer caixa, ainda tem como arrumar a casa e cofre. Pode ser por SAF, pode ser por mecenas, pode ser por o que for. Só não pode ser o que tem sido.
Por Mauro Beting
