É preciso dar um basta à impunidade que envergonha a população da cidade “Trampolim da Vitória” através de medidas corretivas e punitivas que possam redimir a classe política de tantos deslizes e mazelas
Pacientes aguardando de frente à UBS do Vale do Sol em Parnamirim o horário para serem atendidos por algum profissional da unidade O cenário de crise política que se instalou em Parnamirim após as operações do Ministério Público e a falta de ações robustas do governo municipal tem refletido na realidade do município de uma maneira geral com a ausência de um debate capaz de colocar a cidade “Trampolim da Vitória” no seu lugar de destaque perante o resto do estado do Rio Grande do Norte.
A descrença cada vez mais acentuada da população na classe política local, envergonha a todos os munícipes. Atualmente, Parnamirim está sendo destaque através de escândalos de agentes públicos que deveriam ser exemplos de probidade e responsabilidade com a coisa pública.
Não é novidade para ninguém a arrecadação impressionante do município de Parnamirim, sendo há décadas a terceira maior do Estado do Rio Grande do Norte. Enquanto a economia tem alta arrecadação de impostos, os trabalhadores terceirizados sofrem com salários atrasados e desemprego, grande parte do erário público são despendidos para a manutenção de privilégios do alto escalão do poder executivo, contando inclusive com suspeitas escabrosos de escândalos de superfaturamento em algumas ações.
Hoje, infelizmente, a política caminha de mãos dadas com a corrupção. Inúmeras propostas sobre a ética na política e a punição de pessoas envolvidas em esquemas de corrupção dormem e nem chegam ao Ministério Público. Lamentavelmente, até agora, poucas foram as punições contra esses agentes públicos.
“Genilson Souto, você conhece bem Parnamirim e sabe muito bem como funciona a política daqui. Quem coloca essas figuras no poder é o pobre, quem coloca o rico no poder é a população mais carente, o rico está cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre”, escreveu um cidadão que pediu para não ser identificado. Mas até que ponto a elite tem culpa nesse contexto de pobreza administrativa de Parnamirim?
A gente vê pessoas sendo humilhadas nas filas de
postos de saúde, correndo atrás de uma saúde humanizada, clamando por mais
segurança, morrendo a esperança por dias melhores. E o pior: a gente vê pessoas
que entram na vida pública para fazer o bem não fazem e ainda debocham da
miséria do próximo.
A
opinião pública não é “lixo”. Quem assim pensa não representa verdadeiramente
os anseios da população que os elegeu. São distorções como estas que maculam a
imagem da política parnamirinense, cada vez mais espoliada por maus exemplos,
como se assiste recentemente, sujando mais ainda a seriedade da classe
política, bastante enfraquecida.
Que os
eleitores saibam votar corretamente em nomes que possam trabalhar pelo
desenvolvimento e, não, com vistas ao enriquecimento pessoal. Parnamirim não é
um “lixo”.
Por Genilson Souto/JE