A HISTÓRIA DO ROUBO - 0 Retrato do Coronelismo que Paralisa o Interior

Um deputado de primeiro mandato – mas com práticas políticas tão velhas quanto o próprio coronelismo - acumula mais de 30 anos de domínio sobre prefeituras no interior.

O coronel Chico Heraclio mandou na cidade do Limoeiro (PE) e afirmava que as eleições em sua cidade "tinham que ser feitas por mim". | 📷 Reprodução

Sua trajetória começou com a usurpação de uma pequena cidade, onde, após depenar os cofres públicos, saiu correndo diante do caos que deixou.

Em seguida, instalou a ex-esposa em outra cidade, que governou por 16 anos, até ficar inelegível pelas irregularidades que cometeu, sustentando-se pelo apego emocional da população ao nome da família.

Quando a rejeição ameaçou ruir o império, entregou o comando a uma das noras e, após dois mandatos, entronizou a outra - uma estratégia clássica de perpetuação do poder por meio de laços familiares. A população assiste passivamente a esse ciclo hereditário de poder, como se fosse algo natural, enquanto a cidade não tem água, não tem estradas, não tem saúde, não tem educação.

Esse retrato não é isolado. Assim como essa cidade, o mesmo ocorre em Paraná e em tantas outras cidades do Nordeste brasileiro, onde o coronelismo moderno se disfarça em discursos renovados, mas mantém os mecanismos de opressão e estagnação de sempre.

Entre os meios de corrupção mais comuns nesses contextos, destacam-se:
1. Empresas de fachada para licitações simuladas;
2. Funcionários fantasmas na folha de pagamento;
3. Desvios em contratos de saúde e merenda escolar;
4. Superfaturamento de obras públicas inexistentes ou mal executadas;
5. Associações e ONGs de fachada, criadas para desviar recursos federais e estaduais sem fiscalização;
6. Compra de votos com dinheiro público, favores 32 e cargos;
7. Controle da mídia local por meio de publicidade institucional e ameaças veladas;
8. Uso de familiares em cargos-chave, mantendo o controle absoluto da máquina pública;
9. Obstrução do acesso à informação e do controle social, impedindo a fiscalização popular e institucional.

Enquanto esse ciclo não for rompido, cidades como essa continuarão reféns de oligarquias locais, que, mesmo no século XXI, ainda tratam o poder público como propriedade privada.

Colaboração: @dr.pedrohenriquepacheco.

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