Abalo de magnitude 6,0 devastou regiões montanhosas próximas à fronteira com o Paquistão. Milhares ficaram feridos e casas foram destruídas
Helicópteros enviados em resposta ao terremoto no Afeganistão em junho de 2022. |📷 WikiCommons
O Afeganistão vive mais uma tragédia humanitária. Um terremoto de magnitude 6,0 atingiu o leste do país na noite de domingo (31), matando pelo menos 1.411 pessoas e ferindo mais de 3.100, segundo o governo talibã. O abalo destruiu mais de 5.400 casas, arrasou vilarejos inteiros e deixou comunidades isoladas em regiões montanhosas. As informações são do Washington Post.
O porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, afirmou que equipes de resgate enfrentam dificuldades para chegar às áreas mais afetadas devido a estradas danificadas, deslizamentos de terra e chuvas intensas. Diante do cenário, os insurgentes pedem ajuda internacional.
A província de Kunar foi uma das mais atingidas, com três vilarejos completamente devastados, informou a agência Reuters, citando autoridades locais. Também houve relatos de mortos e feridos em Laghman, Nuristan e Panjshir. O tremor foi sentido ainda em cidades do vizinho Paquistão, de acordo com o Departamento Meteorológico paquistanês.
Nesta terça-feira (2/9), um novo sismo, de magnitude 5,2, voltou a abalar a região, desta vez em Jalalabad, na província de Nangarhar. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor ocorreu a cerca de 10 quilômetros de profundidade. Terremotos mais rasos costumam causar maiores destruições. Moradores de Cabul, a oeste do epicentro, relataram sentir os tremores, mas ainda não há informações sobre novos danos ou vítimas.
O USGS calcula que quase meio milhão de pessoas tenham sentido o impacto de forma forte a muito forte, suficiente para comprometer estruturas frágeis.
Crise humanitária agravada
A tragédia atinge um país já em grave situação social. Desde que o Taleban voltou ao poder em 2021, o Afeganistão enfrenta cortes drásticos na ajuda internacional, que era essencial para sustentar a economia e os serviços básicos. Os recentes bloqueios de recursos dos Estados Unidos e de outros países dificultam ainda mais a mobilização de socorro às vítimas.
Com cerca de 43 milhões de habitantes, a população sofre com insegurança alimentar, pobreza generalizada e falta de infraestrutura adequada. O novo desastre expõe a vulnerabilidade do país, que já lida com guerras, crises políticas e desastres naturais recorrentes.